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Antropologia Gnóstica: A origem espiritual e física do ser humano

Antropologia Gnóstica: A origem espiritual e física do ser humano

Neste início de 3º milênio existem basicamente duas grandes linhas de pensamento mais populares quando se fala na origem do universo, da vida e do ser humano.
Uma delas é chamada de Criacionismo Religioso (que considera uma ação Sobrenatural ou Divina, Criadora) e é abordada por todas as tradições mitológicas, espirituais e religiosas.
A outra se refere ao chamado Evolucionismo Científico, que não considera a ação de uma Inteligência Superior externa e explica a origem e continuidade da vida com o acaso (sequência aleatória e não dirigida de fatos) e com a adaptação forçada necessária à sobrevivência. Tais recursos adaptativos seriam transmitidos hereditariamente.
O Criacionismo Cristão se baseia no Dogma Bíblico descrito em brevíssimos e vagos versos no Gênesis do Velho Testamento, quando Deus criou primeiro o universo e depois o homem-macho a partir do barro da terra e “à sua imagem e semelhança”, dele derivando a mulher.
Além da Bíblia, há outras origens ocidentais para as ideias criacionistas. Uma delas é o bom e sábio criador ou “Demiurgo” citado no Timeu de Platão (século V a.C.); outra é o “Motor Móvel” aludido na Metafísica de Aristóteles (século IV a.C.) e, mais tarde no século XIII, até o principal filósofo do cristianismo romano, Tomás de Aquino, descreveu o criacionismo como prova para a existência de Deus.
Dessa forma, as tradições bíblicas colocam a criação do homem no mito de Adão e de Eva, não admitindo outras influências, nem mesmo da evolução. Esta é a posição tradicional, mas recentemente autoridades cristãs já têm aliviado esta carcomida e desacreditada crença medieval, admitindo como corretas ideias como o Evolucionismo e o Big-Bang. Vem muito tarde e de forma parcial este reconhecimento por parte da igreja.
Algo parecido aconteceu com o Geocentrismo Ptolomaico Católico, até que a ideia da Terra como centro do universo ser comprovadamente derrubada por Copérnico há mais de 500 anos. Até este reconhecimento, muitos foram calados, perseguidos, torturados e mortos por isso, como Hipácia de Alexandria, Galileu Galilei e Giordano Bruno, só para citar alguns.
Este criacionismo dogmático tem uma série de inconsistências, a começar pela cronologia bíblica que data a criação do homem a algo como 6.000 anos, base temporal sobejamente equivocada tanto pelos números da ciência oficial quanto pelas tradições muito mais antigas que a hebraica. Outra lacuna gerada pelas distorções patriarcais dos antigos escritores hebraicos diz respeito à criação da mulher, que seria uma mera derivação a partir da costela “de um homem-macho” que “se sentia muito sozinho no paraíso”.
Somente para focarmos nas tradições hebraicas não somente oficiais, há vários textos apócrifos do Velho Testamento como o Evangelho de Enoch e as tradições cabalísticas contidas no Zohar e no Sepher Yetzirá (livros obviamente não reconhecidos pelos rabinos dogmáticos oficiais e nem pelos teólogos cristãos comuns) que descrevem a criação conjunta e simultânea de Adão e Eva, a partir da separação dos sexos em um ser chamado Adam-Kadmon, o Ser Humano Primordial Hermafrodita.
A Antropologia Gnóstica aponta exatamente para o mesmo: a criação simultânea do homem e da mulher, com Adão e Eva simbolizando uma fase da etapa humana na Terra, quando há 18 milhões de anos houve, no então continente da Lemúria, a separação dos sexos entre homem e mulher a partir de um humano lemuriano primordial andrógino.
Outro ponto de vista, a Teoria Evolucionista, vislumbra a partir da ciência oficial, materialista e acadêmica, que não considera uma energia inteligente (ou divina) regendo o desenvolvimento da vida e das culturas humanas na Terra.
O Evolucionismo teve grande impulso com Charles Darwin em seu livro A Origem das Espécies (1859). Merece registro a co-participação na mesma época de Alfred Wallace que, apesar de pouco reconhecido e citado nos livros de história e até nos meios acadêmicos, chegou às mesmas ideias e conclusões de Darwin.
Nesta teoria, ainda muito defendida na atualidade por boa parte da comunidade científica acadêmica mundial, acredita-se somente na continuidade/evolução mecânica do mais capaz de adaptar-se ao meio-ambiente, o qual transmite estas habilidades adquiridas aos seus descendentes.
Quanto ao ser humano, a teoria evolucionista aventa ainda a existência de um ancestral comum para o homem e para algumas espécies de macacos. Ou seja, é errado dizer que no evolucionismo se defende que o homem descende do macaco, mas é certo dizer que esta teoria defende que ambos se originaram de um ancestral comum, meio animal, meio humano.
Fazendo um aparte gnóstico sobre este aspecto, nas tradições das culturas de ouro de antigas civilizações onde ciência e religião andavam juntas devido à maior consciência dos homens, podemos dizer que alguns macacos e antropoides simiescos foram gerados a partir de aberrações humanas, quando homens e mulheres degenerados fizeram sexo com animais e geraram seres meio humanos, meio animais. Dessa forma, não seria o ser humano e o macaco derivados de um ancestral comum, mas sim o contrário. Foi o ser humano com costumes sexuais degenerados que criou seres híbridos metade humanos, metade animais. Portanto, à luz da Gnose, o chimpanzé não é um macaco que evoluiu a partir de um ancestral comum com o homem, mas sim uma degeneração do homem a partir do cruzamento sexual do ser humano com símios.
Para o próprio Charles Darwin a ação de evoluir (literalmente “rolar” ou “ir para frente”) é apenas mudar biologicamente para se adaptar ao ambiente, não significando necessariamente se tornar melhor.
Por isso que na Gnose falamos de Evolução e Involução como os eixos mecânicos da Natureza, sendo necessário um terceiro vetor, a Revolução, para sair dessa mecânica roda de nascimentos e mortes inconscientes (a Roda de Samsara citada nos textos sagrados Hindus, onde age a Lei do Karma-Darma). O objetivo principal da Gnose é então a Revolução da Consciência.
Ao aqui nos referirmos a Revolução não o fazemos com a conotação de rebelião, tumulto, violência, mas sim no sentido de TRANSFORMAÇÃO PROFUNDA E RADICAL – a proposta do Gnosticismo. A ideia é de re-evoluir, tornar a evoluir, numa outra etapa ou nível, não mecânica e ao acaso, mas sim consciente e voluntária.
Voltando à teoria evolucionista acadêmica, muitos apontam várias fragilidades e lacunas na ideia, como a aceitação geral e indiscutível do chamado “elo perdido” ou achado fóssil do exato momento de transição entre o tal ser que teria originado homens e macacos a partir da árvore evolucionista de Darwin. Também pesquisas de DNA (o chamado Neodarwinismo) têm se debruçado nesta busca, para explicar os mecanismos da hereditariedade e da mutação, sem resultados consistentes e incontestáveis.
Há mais um ponto frágil e difícil de provar e acreditar ligado ao evolucionismo materialista: é o suposto sucesso do acaso, ao fazer a seleção e acertar (aleatoriamente) as bases genéticas e biológicas que levaram a seres tão desenvolvidos, inteligentes, sociais e tecnológicos como o ser humano atual.
Estamos aqui falando de desenvolvimento e evolução biológica, não de aprimoramentos psicológicos e espirituais, pois todos sabemos que a maioria da humanidade hoje, apesar de “biologicamente adaptada”, é primitiva, inconsciente, egoísta, hedonista e apartada dos valores divinos.
Por outro lado, reflexões mais profundas de cientistas geniais e famosos como Newton, Pasteur, Madame Curie, Leibinitz e Einstein sempre chegam às mesmas conclusões: é impossível explicar a criação do universo sem a atuação de uma inteligência superior externa; da mesma forma, não se pode conceber a evolução biológica humana sem a intervenção de saberes maiores (divinos) exteriores. Se a natureza fosse mecânica, burra e aleatória como supõem os cientistas materialistas, não haveria nem universo e nem vida, muito menos seres humanos. Vale dizer, nem você e nem eu estaríamos aqui.
Como terceira via, mesmo tendo surgido na comunidade cristã dos Estados Unidos como uma tentativa de continuar ensinando um NeoCriacionismo nas escolas, temos o ID – Intelligent Design (Desenho ou Projeto Inteligente), ideia que não deixa de possuir alguns elementos congruentes com os postulados gnósticos.
Cabe aqui o registro a nossos leitores: assim como os religiosos dogmáticos entendem o Evolucionismo Científico Materialista como frio, parcial e ateísta, os cientistas acadêmicos vêm o ID como uma pseudociência e até uma forma de negacionismo da ciência, pois o ID defende a existência de uma força transcendente e supranormal Inteligente ou Divina por trás da origem e desenvolvimento do homem na Terra. Isso tem suscitado inclusive disputas judiciais sobre o que ensinar nas escolas dos Estados Unidos, do Brasil e de vários outros países. São velhas recorrências, repetições, dos ignorantes embates medievais entre ciência e religião.
O ID se baseia na ideia de que as características do universo e dos seres vivos são melhor explicadas por uma Causa ou Agente Inteligente, e não por um processo não direcionado e aleatório, como a seleção natural.
William Dembski, um dos principais defensores do ID, afirmou que “existem sistemas naturais que NÃO podem ser adequadamente explicados em termos de forças naturais não-direcionais, além de exibirem características que em quaisquer outras circunstâncias nós atribuiríamos à inteligência”. Os defensores do ID argumentam que sistemas vivos apresentam grande COMPLEXIDADE, a partir do que eles inferem que alguns aspectos da vida somente podem ter sido “projetados” por uma inteligência superior.
Na Antropologia Gnóstica, ao estudarmos as tradições antigas de vários povos e épocas, constatamos três ideias sempre presentes: há um Criador, há uma Natureza ou ambiente que delineia o desenvolvimento dos seres vivos e há o próprio Livre-arbítrio do ser humano, que também participa da nossa jornada transformadora pela Terra.
Vemos, portanto, que a Antropologia Gnóstica não está para afrontar ou desdizer as visões Criacionista Bíblica ou Evolucionista Materialista, mas sim para complementá-las, ampliá-las, enriquecê-las e reorientá-las nos pontos cabíveis, uma vez que na Gnose buscamos a síntese a partir das teses, a visão global a partir das partes, vale dizer, dos indícios arqueológicos, das observações biológicas, das pesquisas genéticas, das tradições mitológicas, dos escritos teogônicos, das heranças filosóficas das culturas de povos antigos e também, muito importante, das experiências místicas diretas de mestres como Samael Aun Weor e Helena Blavatsky, que acessaram diretamente as memórias energéticas da natureza (os chamados registros Akáshicos).
Neste ponto, sintetiza magistralmente o sábio gnóstico contemporâneo, Samael Aun Weor: “A gnose não é ciência para céticos e incrédulos que se julgam auto-suficientes, mas sim para aqueles que têm coragem de ir além dos pensamentos comuns e cotidianos”.
Apresentamos aqui as três ideias – Criacionismo Religioso, Evolucionismo Científico e Desenho Inteligente, para que o estudante possa conhecer as principais linhas abordadas no mundo sobre a origem da vida e do ser humano.
No uso de sua própria inteligência e de sua herança cultural e religiosa, agora iluminadas pela luz do Gnosticismo, você poderá chegar às suas próprias conclusões.
Ao estudarmos a origem e o processo civilizatório histórico humano, nos vemos nele como indivíduos e podemos entender muitos dos movimentos atuais de nossa civilização, como as guerras, a má distribuição das riquezas, o radicalismo político, o autoritarismo, o uso inconsciente da tecnologia, a agressão à natureza e a reação do meio ambiente (catástrofes naturais), a exploração da fé pelas falsas religiões e várias outras mazelas sociais de nosso planeta.
Vemos também a beleza ao se entrelaçarem a Cosmologia e a Antropologia, quando os Sóis e os Planetas são grandes ambientes preparados para a manifestação e desenvolvimento das Mônadas Divinas que se transformarão gradativamente em elementais da natureza e em almas humanas.
Se você sente seu espírito se elevar com estes assuntos, procure uma Associação Gnóstica e se aprofunde nesses temas. São ensinamentos para a alma.
Tudo para permitir a maravilhosa existência humana, como ponte-pênsil entre os reinos elementais dependentes da natureza (sem consciência e livre-arbítrio) e a Divindade (a suprema consciência e liberdade).

            Sergio Geraldo Linke, engenheiro e líder gnóstico

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Gnose vem do sânscrito Gnana e do grego gnôzis, que se latinizou como cognoscere, ou seja, conhecer, como nas palavras diagnóstico, prognóstico etc. Gnose, literalmente, quer dizer “conhecimento” ou “conhecimento superior”. Leia mais

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