TANTRISMO BRANCO E MAGIA SEXUAL: OS SEGREDOS DA ALQUIMIA
O sexo no ser humano pode ser visto de várias formas: científica, psicológica, social, filosófica, artística e até mística ou espiritual, como abordaremos neste artigo.
A anatomia oculta, presente em todas as tradições antigas com os mais diversos nomes, nos ensina que o ser humano possui cinco funcionalismos biopsicofisiológicos para interagir com seu interior e também com o exterior: mental, emocional, motor, instintivo e sexual, os quais operam com frequências energéticas diferentes, têm alimentos diferentes e se expressam de maneira também distinta.
Através desses centros, podemos manifestar nossos defeitos psicológicos e nossas virtudes.
Infelizmente, a cada manifestação de um defeito psicológico (ira, orgulho, inveja, luxúria etc.), estamos obstruindo uma virtude e nos afastando de uma vida mais feliz, consciente e equilibrada.
Entre esses cinco centros, o centro sexual, em especial, é o produtor da energia para a manutenção de todos os nossos processos de desenvolvimento. Ironicamente, esse centro é o que se encontra mais desequilibrado na maioria das pessoas, por ser também aquele que trabalha com a energia sexual, mais sutil e volátil (fácil de ser desperdiçada), dificultando sua compreensão.
“O sexo é o centro de gravidade de todas as atividades humanas”, afirmou o grande escritor gnóstico Samael Aun Weor.
Isso é uma grande verdade, vez que a sexualidade no ser humano influencia pensamentos, sentimentos, ações e a saúde.
Dessa forma, a saúde sexual não apenas está relacionada ao nosso organismo humano, mas também à nossa psicologia (como defenderam Freud, Jung e Reich) e à própria espiritualidade (como defendem todos os livros sagrados, mas de forma mais explícita os tratados tântricos hindus e os manuais de taoísmo).
Por causa disso a saúde sexual deveria ser considerada uma necessidade básica.
Se nos dedicarmos a uma pesquisa profunda dos mestres da Alquimia Medieval, como Nicolas Flamel, Pernelle, Raimundo Lullo, Avicena e Paracelso, veremos que eles sempre citam, normalmente usando simbolismos misteriosos ao leigo em alquimia, a necessidade de se transmutar as energias criadoras, para a busca do chamado Elixir da Longa Vida e também da Panaceia (o remédio para todos os males). Esses mestres da humanidade colocaram no sexo, e nas secreções sexuais amalgamadas e transmutadas em conjunto no ato sexual, o Grande Arcano ou Segredo da Pedra Filosofal.
O centro sexual é ainda o responsável pelas funções de reprodução da espécie, renovação da libido sexual, criação de novos corpos sutis (alquimia sexual) e pela eliminação dos indesejáveis defeitos psicológicos.
Por ignorar seu funcionamento, o ser humano administra muito mal suas energias, agredindo seu centro sexual pela abstinência ou pelo abuso. E daí advém a repressão e o fortalecimento da luxúria, da promiscuidade, das abominações sexuais e de uma série de defeitos psicológicos execráveis.
A abstinência sexual, ou seja, a repressão da circulação da energia sexual, provoca um grande desequilíbrio psicológico. Reprimir o centro mais inflamável é como transformar um reator em uma bomba relógio, que mais cedo ou mais tarde explodirá através de qualquer fraqueza instintiva ou psicológica. Ou, ainda, é como construir uma barragem frágil para um rio que precisa correr e auto depurar-se: inevitavelmente, na primeira grande tempestade, a barragem se romperá e o rio, com todo seu sedimento, seguirá o seu curso.
Por outro lado, o uso abusivo da energia sexual dá-se também pelo seu desperdício. A exploração do sexo em filmes, revistas e novelas, por exemplo, faz com que se roube energia do centro sexual para o centro intelectual. Os ciúmes, a crueldade, as brigas, a chantagem e todo tipo de sentimentalismo são abuso do centro sexual, através do centro emocional. O exagero das atividades físicas também constitui abuso sexual pelo centro motor. Os atos violentos baseados na auto preservação são abusos sexuais provindos do centro instintivo.
Para aprendermos a viver com os centros biopsicofisiológicos equilibrados, devemos começar pela conscientização de que todos os nossos atos têm uma motivação psicológica a ser observada e compreendida e que a sexualidade humana é um tema que precisamos tratar com naturalidade e atenção, assumindo-se a responsabilidade de nossas escolhas.
Por este mesmo motivo todos os mestres da espiritualidade humana, alguns de forma velada, outros de modo simbólico e outros de maneira clara e objetiva – como o mestre gnóstico contemporâneo Samael Aun Weor, ensinam que as energias sexuais, muito além da reprodução biológica e do prazer, têm uma função secreta e transcendente: a evolução psicológica e energética do ser humano.
Sérgio Geraldo Linke, engenheiro e presidente da AGF.