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O Canto do Coração – Sabedoria da Divina Mãe do Mundo

O CANTO DO CORAÇÃO – SABEDORIA DA DIVINA MÃE DO MUNDO

Quando falamos da Manifestação Feminina da Divindade, no Eterno feminino de Deus, consciente ou inconscientemente direcionamos a atenção ao nosso coração.

Renomados artistas da Renascença como Tiepolo, Rafael Sanzio, Velasquez, Rubens e tantos outros, foram capazes de capturar essa ideia dos planos arquetipais e expressá-la em suas telas.

Belas imagens de Virgens foram vivificadas através de sua genialidade e percepção quando plasmaram, em tela e tinta, essas Sagradas Mulheres envoltas num manto esvoaçante que, no alto de sua majestade, simbolicamente, lançavam um amoroso abraço pela silhueta de um lindo coração.

O coração é o órgão central de todo indivíduo, é o fiel da balança onde tudo é pesado. Ele é o grande impulsionador de vida, aquele que guarda a chama que arde em todo Ser, o templo de nossa consciência.

Todos os seres, de todas as raças, cor, sexo, por maior ou menor semelhança externa que tenham, de qualquer época, condição social etc., possuem um coração sem diferenças: são anatomicamente e fisiologicamente iguais, como a gritar para que todos compreendam que todos somos iguais perante a Divindade.

Muitas são as menções sobre o coração nos diversos textos sagrados, e todos eles sempre trazem a ideia de “centro”, um templo, uma catedral de onde se esparge luz e conhecimento a todos. Alguns trazem a ideia de sede dos sentimentos e muitos outros localizam nele a inteligência e a intuição, sendo o sangue um veículo sagrado.

No hinduísmo ele é a morada de Brahama, para o islamismo é o Trono de Deus que deve ser contemplado, para os celtas, o centro do mundo, para os sufis é o Trono da Misericórdia onde pulsa o Amor de Deus.

Anahata, o nome em sânscrito do chacra cardíaco, significa “inviolado”, “puro”, “incessante”, ou ainda “pulsante”, denotando justamente a ininterrupta radiação de pureza e de vida que tanto o órgão físico quanto seu centro bioenergético correspondente (chakra) realizam.

Ensina Samael Aun Weor, mestre moderno da antiquíssima Gnosis Cardias (o Conhecimento do Coração) que “o coração do Sol está analogamente construído como o coração de nosso organismo humano. No ventrículo esquerdo do coração mora o Átomo Nous, nosso átomo principal, um diminuto ‘Modelo’ ao qual o corpo físico deve, com o tempo, se amoldar em seu progresso”.

A própria cruz do Adorado da Galileia, cujo significado maior é o sacrifício, ou sacro-ofício (ofício sagrado, sacrifício santo) tem como ápice o cruzamento de dois madeiros que, por semelhança ao corpo humano, é o local do coração: a própria Compaixão e Misericórdia.

Retornando ao estudo dos belos quadros Virginais da Renascença, veremos muitos outros símbolos como as rosas e açucenas que enfeitam o ambiente onde paira a Mãe do Mundo, um símbolo inequívoco de outra oitava deste coração que pulsa na Cruz do Amor Consciente, e que serve como impulso de Suprema Beleza e Harmonia de Alma.

Há uma frase escrita num antigo texto egípcio que diz: “Coloquei teu coração no fundo de teu peito para que não esqueças quem tu és ! ”

Na escrita hieroglífica a palavra coração é representada pela figura de um “vaso”. E o vaso, nos textos alquímicos, é o próprio Graal, a mulher, a castidade. A Taça Sagrada que recebe o sangue do Altíssimo, de nosso Cristo Íntimo, filho do Amor Divino de Nossa Mãe e Pai Internos, dando-nos a imortalidade.

Tanto a figura de uma rosa quanto de um coração pode ser comparada ao “bojo” desse cálice sagrado: um triângulo que simboliza a mulher, que ao unir-se ao triangulo masculino faz nascer a estrela que brilha através do espírito.

Na tradição egípcia diz-se que o deus Ptá pensou o Universo com seu coração antes de materializá-lo pela força do Verbo Criador, confirmando a ideia de que a Vida emergiu do coração do Universo pela vontade do Creador. Hoje a astrofísica confirma a pulsação incessante da “matéria escura” (gravidade atratora invisível) e da “energia escura” (força de expansão invisível) em todo o universo.

É no coração que ficam registradas todas as nossas ações, pensamentos, intenções e palavras que proferimos, e é por isso que na teogonia e mitologia egípcia, a deusa Maat em seu Grande Salão, pesa os corações dos mortos para conhecer o que realmente fomos e somos. Por isso o coração é o único órgão deixado no tórax da múmia, onde se coloca sobre ele o Escaravelho Kepra, amuleto sagrado que representa a imortalidade e a alma, para que proteja o morto na sua pesagem. Para os egípcios de ontem e para a moderna psicologia dos campos morfogenéticos, no coração está registrada toda a síntese do que uma pessoa foi, é e será.

Como visualizou Beethoven em sua 9ª Sinfonia, tentemos imaginar e ver todos os seres (deuses, galáxias, sois, planetas, elementais de todos os reinos, seres humanos) abraçados cantando em uníssono a Canção da Vida, pulsando amor e fraternidade, impulsionando a Corrente do Criador – esta é a Sinfonia do Coração, este é o Canto do Ser, o Hino do Planeta, a Ode do Sistema Solar, o Coro Universal.

E a Virgem Mãe, senhora das contrações com seu manto de proteção e misericórdia, é a Maestrina dessa Invisível e Sagrada Torrente de Vida !

Pare de pensar agora, observe seu coração e ouça, sinta…

 

Heloisa Pereira Menezes é nutricionista, especialista em logística empresarial e instrutora de Gnose

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