O ATUALÍSSIMO GNOSTICISMO ANTIGO
Gnose significa literalmente conhecimento e ela não se confunde com o conhecimento vulgar, originado nos estudos escolares ou nas experiências da vida comum com a família, os amigos, a sociedade, a profissão, as redes sociais, a imprensa etc.
Somente considerar a Gnose como a síntese do conhecimento humano expresso na Ciência, na Arte, na Filosofia e na Mística Religiosa não abarca a verdadeira profundidade e extensão dos tesouros gnósticos.
A Gnose não pode ser adquirida intelectualmente; ela é conquistada pela vivência direta e inspirada, diríamos até devotada, dos mistérios do Universo.
O antigo termo grego Gnosis denota algo bem mais profundo: trata-se de conhecimento inspirado, revelado, auto-adquirido, baseado na experiência direta dos mistérios metafísicos, na constatação prática e vivenciada das Leis Universais que regem a vida, que pavimentam o caminho para o aperfeiçoamento espiritual humano.
Gosto muito daquela definição de Gnose que parte da etimologia da palavra Sabedoria (do latim sapere, saborear): Gnose é saborear os mistérios da Divindade e de Sua Obra.
O Gnosticismo antigo floresceu nas culturas egípcia, assíria, persa, grega, asteca, chinesa – só para citar algumas – e continha princípios Ontológicos (do estudo da alma), Antropológicos (a alma manifestada em corpo humano) e Cosmológicos (as ordens de mundos e planos que compõem o Universo). Nas suas antigas escolas gnósticas, essas civilizações de ouro, em seu esplendor, ensinavam a Psicologia de Auto-Transformação Profunda, a utilização correta e positiva das Energias Criadoras Sexuais e tinham na Cooperação (e não na competição) a base de sua sociedade.
O Gnosticismo antigo buscava harmonizar o ser humano com o cosmo e aproveitar as energias universais para o desenvolvimento integral das pessoas. A Filosofia gnóstica é intuitiva e de lógica superior, dialética objetiva (não subjetiva); a Ciência gnóstica utiliza ferramentas metafísicas que permitem perscrutar as riquezas invisíveis do micro e do macrocosmo; a Arte gnóstica valoriza a linguagem régia da natureza e a transmissão de emoções superiores e anelos pelo divino; e a religião gnóstica busca a mística e direta reintegração com a Divindade, sem dogmas, intermediários e sectarismos.
É fácil de constatar então, querido leitor, os motivos dessa nossa atual humanidade estar tão rica em informação e tão pobre em sabedoria: hoje nossa pseudociência mais induz à competição, ao consumismo, à guerra, à criação de escravos de fármacos e de redes sociais virtuais… nossa pseudo-arte, quase em sua totalidade, invoca os mais bestiais sentimentos humanos (como a violência e a luxúria)… nossa filosofia bate cabeça em infinitas discussões intelectuais, remoendo filósofos do passado e perdendo-se nos labirintos da teoria… e nossa religião, esta é uma lástima: ou está comodamente assentada em séculos de escuridão e de monopólio institucional, ou usa o diabo e a ambição material como principais sócios para construir – à custa de extorsivos “donativos” de seus crentes – templos nababescos e para formar impérios de redes de televisão.
Por isso o Gnosticismo Antigo está tão atual: porque a sociedade continua caótica, inconsciente e mecânica. Continua a imperar a exploração dos mais “espertos” sobre os mais “simples”. Porque a religiosidade mística é tão rara de se encontrar como a um adulto culto e puro. Nada mudou… como dizia o grande sábio gnóstico do século XX, Samael Aun Weor: “… esta é a recorrência (repetição de erros) das civilizações”.
Entretanto, há muita luz no fim do túnel e muita água limpa no fundo do poço. Nos momentos de maior escuridão é quando a Luz mais resplandece.
Como na antiguidade, a Gnose Contemporânea oferece o conhecimento inspirado e estruturado para que cada qual mude em si mesmo este estado de coisas. Valendo-se de técnicas eficientes e seguras de desenvolvimento espiritual como a Meditação Profunda, a Auto-Exploração da própria psique, a Projeção Astral e a Sexologia Alquímica, o Gnosticismo Moderno continua firme e sereno na sua missão divina de ensinar as pessoas a se Auto-realizarem nos planos físico e espiritual, para serem verdadeiramente felizes e livres, com consciência de si, do mundo à sua volta e do seu papel para com Deus e os demais seres.
A Gnose é um tesouro à disposição de todos. Usufruí-lo é um privilégio conquistado somente pelos valentes e obstinados, para aqueles que a vivenciam.
Sergio Linke – engenheiro e presidente da Associação Gnóstica de Fortaleza