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MARIA MAGDALENA: A VERDADE SOBRE A ESPOSA, IRMÃ, MÃE E FILHA DO CRISTO JESUS

MARIA MAGDALENA: A VERDADE SOBRE A ESPOSA, IRMÃ, MÃE E FILHA DO CRISTO JESUS

Há 2000 anos, nas terras de Abraão esposo de Sara, Isaac esposo de Rebeca, Jacó esposo de Raquel, Davi esposo de Betsabá, mãe de Salomão, e tantos sábios onde nascera o Nazareno Salvador do Mundo, filho de Maria e José – vale destacar, havia uma sociedade comum na qual as mulheres viviam reclusas por trás de paredes, janelas e véus para que seus rostos não fossem conhecidos. Época em que as mulheres descendentes dos impérios Egípcio, Assírio, Babilônico, Persa, Grego e então Romano, que tanto tinham a contar, eram vistas unicamente sob o aspecto biológico como mães procriadoras, do ponto de vista sociológico como dependentes de um pai ou de um marido e eram, geralmente, excluídas da educação religiosa e de todos os ditos “temas sérios e exclusivos dos homens”, como a própria Lei.

Logicamente em todas essas culturas, principalmente em seu período áureo, a religião e o governo eram exercidos em duas esferas: uma pública (onde a mulher não aparecia) e outra interna e invisível, velada, onde a presença feminina sempre foi decisiva para reinos e para o exercício religioso. Então o poder feminino atuava livremente nas cortes e nos templos. Com a decadência espiritual da humanidade, impelidos pelo ganância de poder e pela guerra, os governantes e sacerdotes se afastaram da parceria feminina, gerando um mundo bélico, competitivo e desumano. Aliás, muito parecido com o que temos agora, no alvorecer do 3º Milênio.

Naquela mesma época do alvorecer do Cristianismo, quando a presença da mulher em locais e eventos públicos era considerada uma “ofensa à sua integridade”, apareceu uma figura dentre um grupo especial de mulheres, a qual foi personagem central num dos mais belos momentos de Jesus, quando disse “quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”. E essa mulher o seguiu em suas pregações, milagres, provações e martírios, ficando ao seu lado na subida para o gólgota quando muitos fugiram, sendo a primeira a vê-lo ressurreto e convocada por ele para contar a todos que o Cristo havia vencido. Isso tudo consta dos evangelhos canônicos, aqueles autorizados pela Igreja Romana da época. Nos evangelhos apócrifos ou proscritos, com destaque para os gnósticos, há muito mais riquezas sobre a história do espiritual feminino, como veremos adiante.

Numa sociedade na qual as mulheres só saiam de casa acompanhadas e podiam ser rejeitadas por seus maridos simplesmente pelo fato “do jantar não estar pronto”, essa corajosa de Magdala foi a Torre-Farol da doutrina Cristã, a qual mudaria a história da humanidade, então em avançado estado de decadência espiritual.

Os quatro evangelhos canônicos, bem como os apócrifos recentemente descobertos, na verdade, revelam que Jesus escolheu uma mulher como depositária de sua mensagem, mulher que foi sua confidente e consciente da sua relação especial com o profeta.

Como aceitar, depois de tanto rechaçar o poder feminino, que aquela considerada prostituta, mulher dos 7 demônios e pecadora teria sido a verdadeira fundadora do primeiro cristianismo? Tanto mais polêmico ainda admitir que Jesus teria tido uma esposa que nem sequer seria Judia, mas sim seguidora de uma corrente gnóstica…

O que teria sido dos vários ramos do cristianismo se a história do Salvador Salvandus tivesse sido contada também do ponto de vista de uma mulher e, ainda mais, assumindo ela um lugar igual ao do homem? Já imaginou se houvesse também sido canonizado o Evangelho de Magdalena, no qual ela figurasse como esposa, parceira espiritual e evangelizadora de Jesus? O que diriam os detratores da mulher ao admitirem que Maria Madalena teve papel fundamental no primeiro século da era cristã, inclusive como financiadora das missões de seu Raboni?

Por trás de tanta perseguição, pela qual passaram os seguidores de Jesus, na época em que os gnósticos tiveram que se esconder nas catacumbas e bosques para louvarem ao Cristo em paz, houve no fundo um rastro negro de medo. Sim, medo, receio da mulher, o qual causou males nefastos aos mais sublimes perfumes da doutrina cristã. Isso provocou o afastamento dos casais do caminho do despertar da Consciência, sendo-lhes escondido o Grande Arcano (uso do sexo com fins espirituais) e o Matrimônio Perfeito (função de evolução psicológica, espiritual e iniciática do casamento). As Marias corajosas (tanto a mãe de jesus quanto Magdalena), como esposas, sacerdotisas, evangelizadoras, guerreiras do espírito, foram suprimidas dos evangelhos canônicos pelo terror da “negação de tudo o que era corpóreo, pecador” e também por interesses políticos que foram herdados do patriarcado hebreu e romano, trazendo dois estigmas: por um lado a mulher maligna, descendente de Eva e que desvia o homem; por outro o da Maria Perfeita e inatingível, tudo sintetizado na Maria Mãe Puríssima, longe do alcance das mulheres comuns. Duas hipocrisias criminosas com danos às mulheres, às almas e à sociedade, os quais ecoam há mais de 2.000 anos.

Na límpida realidade a que se consagra o gnosticismo, Magdalena é a representante física de Sophia, a consorte (companheira espiritual e contraparte anímica) aeônica (celestial) do Cristo. Por isso, foi também a Luz de Magdala a mais importante ouvinte e comentadora do Pistis Sophia – livro apócrifo considerado a Bíblia dos Gnósticos, na qual Jesus instrui seus discípulos durante 11 anos após a Ressurreição.  Magdalena foi aquela que nas palavras do Rabi da Galiléia “trajava vestes de Luz”, sendo por Ele aperfeiçoada em todos os Mistérios do Alto “cujo coração está mais voltado ao reino do céu do que todos seus irmãos”.

Para as grandes almas, que verdadeiramente conseguiram amar, como o mensageiro do 5º Evangelho Samael Aun Weor, Magdalena é representante do Eterno Feminino de Deus, digna de ser venerada, exaltada e seguida: “A bela Magdalena é fora de toda dúvida, a mesma Salambo, Matra, Ishtar, Astarté, Afrodite e Vênus.” E o mestre gnóstico arremata: “A aura solar da Magdalena arrependida está constituída por todas as esposas sacerdotisas do mundo. Bem-aventurados os homens que encontrem refúgio nessa aura, porque deles será o reino dos céus”.

Para que o Cristo nasça sempre existe um útero, um Graal a ser protegido, guardado, consagrado a Deus. Que todos os homens e mulheres possam compreender os divinos mistérios de Maria de Magdala e de Jeshua Ben Pandirá, que através do Matrimônio Perfeito lavaram os pecados do mundo!

Eles estão também dentro de nós, viva emanação de nossa Sophia Interior e de nosso Cristo Íntimo !

É o Sagrado e Eterno Amor da mãe, da esposa, da irmã e da filha, o mistério iniciático dos Quatro Aspectos da Sizígia Espiritual, que acolhe todo Cristificado em seu drama cósmico e em sua Vitória Luminosa, desde o princípio até o fim dos dias.

Alessandra Espineli Sant’Anna é engenheira e instrutora gnóstica

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