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Flamel e Pernelle: Amor, Alquimia, Caridade.

Flamel e Pernelle: Amor, Alquimia, Caridade

A humanidade tem gerado muitos gênios: Aristóteles, Platão, Hipátia de Alexandria, Fo-Ji, Confúcio, Michelângelo, Rumi, Hildegard Von Bingen,  Ramanujan, Beethoven, Helena Blavatsky, Zóser, Bach, Aleijadinho, Santos Dumont… somente para citar alguns.
Mas a genialidade humana atinge seu ápice quando aflora em duplas, em casais. E então a Divindade nos presenteia com maravilhosas sizígias cujas obras demonstram a perfeição com que as criaturas imitam o Criador: Jesus e Madalena, O apóstolo Paulo e Tacla, Osíris e Ísis, Marie e Pierre Curie, Francisco e Clara de Assis, São João da Cruz e Tereza d´Ávila, Samael e Litelantes…
Queremos aqui prestar uma justa homenagem a um casal de alquimistas que fizeram sua Magna Obra na França do século XIV.
A mais famosa obra de Flamel e Pernelle é O Livro das Figuras Hieroglíficas, onde eles explicam o livro dourado de Abraão – o judeu. Nesta obra encontram-se 13 figuras belíssimas que ilustram todas as fases da Grande Obra. Nas palavras do V.M. Samael, ali “se encontram todas as operações alquimistas que conduzem o estudante gnóstico até a Ressurreição Iniciática”.
A Hermética ciência da Alquimia não se deslinda facilmente. O objetivo da Filosofia das Transmutações é a obtenção da Pedra Filosofal, que brinda a seus conquistadores três grandes faculdades: o Elixir da Longa Vida (imortalidade), o Pó de Projeção (capacidade de transformar metais vis, como o Chumbo, em outros nobres, como o Ouro) e a Medicina Universal ou Panaceia (remédio para todas as doenças). Numa linguagem esotérica estas Lapis-Virtutis correspondem à Ressurreição Crística, à transmutação dos corpos lunares (de chumbo) em veículos solares (de ouro) e à capacidade de curar que um Cristificado conquista.
Buscado há milênios por curiosos e sábios de todos os povos, de forma mais notória por egípcios, chineses, persas e europeus, o Lapis Philosophorum continua sendo objeto de pesquisa incessante pelos modernos cientistas da física de partículas, os pesquisadores quânticos, que procuram a Pedra em aceleradores de partículas e em teorias de cordas (vibrações) multidimensionais, perscrutando as origens e leis de manifestação da matéria e da energia. Os homens de ciência atual buscam em fótons, glúons, grávitons e boisons a Quintessência dos antigos Filósofos.
Mal sabem eles que, como Flamel constatou após anos de estudos e experimentos estéreis, o maior e mais completo laboratório são seus próprios corpos, mediante a aceleração vibracional gerada pelo amor em castidade científica à Esposa-Alquimista – o Athanor da Grande Obra, a doce e bondosa Pernelle de Nicolás.
A Alquimia para os historiadores é apenas a precursora da Química Moderna; para os místicos ela é uma ciência transcendente, quase inalcançável, rodeada de tantos mistérios e lendas que é capaz de fascinar milhões de jovens com aprendizes de feiticeiros nas histórias de Hollywood, levando-os a uma visão romanceada e estéril da Magna Ciência.
Entretanto, para um gnóstico, como buscador da Pillosophia Perennis et Universalis, a Alquimia tem um sentido excelso: ela é precisamente um dos Três Fatores de Revolução da Consciência, um dos Pilares sob o qual se erige o templo interno, uma das ferramentas de trabalho Iniciático, ao lado da Morte Mística e da Caridade Universal. A Arte Magna da Alquimia Gnóstica serve para o casal fabricar seus corpos superiores em Ouro, preparando-nos para a Cristificação. E o fogo secreto gerado na Forja do Casal incinera o Mercúrio Seco e o Enxofre Arsenicado de nossas vis paixões – os agregados ou eus psicológicos que personificam nossos defeitos.
Flamel e Pernelle cintilam como dois dos mais respeitados sábios de todos os tempos; dois cientistas que buscaram incessantemente a Pedra Filosofal. E o mais interessante: Flamel pesquisou por anos e sozinho a fórmula do Lápis, principalmente num antigo livro hebraica, só encontrando o Mistério dos Filósofos quando pediu ajuda à sua esposa Pernelle. Bebeu em fontes hebraicas antigas, temperou-as com a cultura iniciática que pululava pela França nos primeiros séculos do 2º Milênio (com Catedrais Góticas, tradições celtas e gregas, Espagiristas e Templários que traziam segredos do oriente). Foi então que o escrivão e livreiro parisiense foi a Santiago de Compostela, grande centro de peregrinação cristã e alquimista, para fazer a mistura ferver com a ajuda de sábios Persas e Cristãos. Da capital portuguesa da alquimia Flamel emergiu com o firme propósito de, com sua esposa e como ensina o Alquimista Moderno Samael,
“Cozer, Cozer e recozer sem jamais se cansar disso !”
E assim realizaram em si mesmos a Grande Obra, tornaram-se suas próprias Pedras Filosofais.
Flamel e Pernelle estão também imortalizados por suas obras de caridade: com o dinheiro que auferiram na prática alquímica da transmutação dos metais vis em ouro, construíram e mantiveram hospitais, albergues, orfanatos, cemitérios, igrejas… Hoje em Paris, na Rue de Montmorency 51, ainda existe um desses antigos centros de caridade do casal alquimista, como testemunho vivo em pedra do Servir a Humanidade de forma desinteressada. É a casa de pedra mais antiga da capital francesa, com a fachada incrustrada de instigantes símbolos alquímicos.
O mistério alquimista de Pernelle e Flamel é tão importante para a humanidade que, tal qual a Arcana Ciência de Hermes, está misteriosamente gravado na paisagem urbana de Paris – somente perceptível aos discípulos e discípulas mais atentos. As duas ruas com seus nomes formam uma cruz alquímica (o centro é o Enxofre que fecunda os braços do Mercúrio e do Sal) bem na frente da Igreja de Santiago (Saint Jacques) – de onde partiam os alquimistas no caminho francês de peregrinação alquímica à cidade galega de Compostela.
E ainda mais incrível: a Igreja de Saint Jacques forma um triângulo com dois outros grandes centros magnéticos da capital francesa: a Catedral de Notre Dame (símbolo da Stella Maris alquimista) e a Sainte Chapelle (Símbolo do Rei alquimista que conquista a Pedra), antigo palácio dos reis Franceses. O Triângulo e a Cruz, o 3 e o 4, o Fogo e o Sacrifício pela União dos complementares sempre sintetizaram a Magnus Opus Alquimista. O triângulo encabeçando a cruz é o símbolo do Sulfur, o enxofre secreto, o Fogo Oculto do Amor Sexual Casto.
Na Gnose desvelada por Samael Aun Weor não há símbolos misteriosos e nem fórmulas obscuras. O Mestre de Aquário é perfeito e direto ao sintetizar a Arte da Alquimia:
“A Pedra da Alquimia é o sexo.
O Fogo Secreto é a energia sexual.
A matéria-prima é o sêmen.
A Grande-obra é a autorrealização”
E o Cristo de Marte vai mais longe:
“Deus resplandece no casal que se ama !”

A imortalidade realmente tomou em seus braços o Casal Alquimista francês, como relata o V.M. Samael em seu livro Magnus Opus:
“…lhes direi que Nicolás Flamel ainda existe e goza de perfeita saúde e longa vida. Reside na Índia com sua antiga esposa e possui o Elixir da Longa Vida, a Medicina Universal, a Pedra Filosofal. Realizou a Grande Obra, é um imortal”.
Portanto, Nicolás Flamel e sua consorte Pernelle não são apenas famosos alquimistas e benfeitores parisienses. Não são meros mestres da Arte-Ciência das Transmutações.
Neles vemos concretizadas todas as verdadeiras e ocultas Virtudes da Pedra Filosofal.
Flamel e Pernelle são exemplos de amor um pelo outro e pela Obra de Deus. Ele sempre inquieto e perspicaz; ela sempre acolhedora e bondosa. Tudo para alcançar o Donum Dei, o dom divino de servir.
Pernelle e Flamel deixaram testemunhado em pedra e gravados nos corações de inúmeras almas seu imenso amor pela humanidade, ao servirem de forma desinteressada a todos os seres. Serviram em corpo, em coração, em alma e em espírito: comida, cama, bálsamo, carinho, ensinamento, liberdade.
Flamel e Pernelle nos ensinam, com sua discrição e humildade, um dos mais difíceis mandamentos da arte alquímica: calar, somente transmitindo a ciência aos dignos e de nobre coração.
Pernelle e Flamel nos inspiram com sua sabedoria e infinita bondade, ao deixar lições de amor e de evolução humana, gravados no Livro das Figuras Hieroglíficas e nos inúmeros altos e baixos relevos em suas construções. São pistas inequívocas para os filósofos buscadores da posteridade.
Que Flamel e Pernelle iluminem a todos os Seres de puro e nobre coração, que inspirem as almas que sabem amar, eles que conquistaram o Donum Dei…
Benditos os casais que se amam !
Abençoados os consortes que servem juntos à Obra de Deus, a Magnus Opus !
Glorificadas as sizígias no Cristo, o Menino de Ouro da Alquimia !

 

Sérgio Geraldo Linke
Engenheiro e líder gnóstico

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