ASTROLOGIA HERMÉTICA GNÓSTICA
Sem dúvida a astrologia é uma das mais antigas práticas humanas na busca de explicações para as influências invisíveis nos fatos do dia-a-dia. Estudada há milênios em todas as civilizações, a interação dos corpos celestes com os ciclos de animais, plantas e seres humanos foi a base de muitas culturas, numa época em que ciência e espiritualidade caminhavam juntas nas mãos de governantes e sacerdotes. Tivemos então a astrologia chinesa, mesopotâmica, caldaica, hindu, egípcia, maia, asteca e,mais recentemente, a astrologia psicológica com base no trabalho de Jung.
No mundo ocidental, até o século XVII a astrologia e a astronomia eram a mesma coisa, quando ocorreram dois fenômenos: o primeiro deles foi a preponderância do racionalismo sobre a intuição e as artes tradicionais, com a evolução da astronomia de observação e os rudimentos do chamado método científico; o segundo fenômeno foi a proliferação de formas astrológicas fanáticas e fantasiosas, que muitas vezes foram perseguidas pela igreja, gerando inúmeros casos de charlatães, aproveitadores e exploradores. Por isso mesmo que até hoje, em alguns meios religiosos, a astrologia é considerada “coisa do diabo”, “bruxaria”, “bobagem” e até uma “pseudo-ciência”. E esta deturpação da magna influência dos astros continua até hoje, com algumas formas de horóscopo que mais parecem estatística de traços psicológicos, normalmente elaboradas por pseudo-astrólogos que enriquecem às custas da boa-fé das pessoas.
Mas aqui não nos deteremos na discussão se a astrologia, com seus signos, constelações, cálculos e mapas, é uma ciência ou não, ou ainda se ela se afastou da moderna astronomia.
Abordaremos o estudo da influência dos astros numa oitava superior, a chamada Astrologia Hermética Gnóstica, ensinada por Samael Aun Weor. Expliquemos: “Astrologia” porque estuda os corpos celestes que nos banham com sua energia, visível ou invisivelmente; “Hermética” porque provém da sabedoria de Hermes Trismegisto, o grande Deus Egípcio Íbis de Toth, cujo princípio máximo ensina que “há correspondência exata entre as estruturas e ações do macrocosmos (os astros) e o microcosmos (o ser humano)”; e “Gnóstica” porque contém sabedoria que vai além do mero intelectualismo, estando fortemente calcada na ciência pura, na filosofia superior, na arte objetiva e na espiritualidade positiva.
A Gnose nos demonstra que devemos ter profundo respeito, e até veneração, por todas as formas de vida, pois cada ser vivo traz vibrando em si uma chispa divina, uma semente do Logos Solar, essa Grande Chama Criadora e Provedora representada no corpo físico da estrela que nos ilumina, aquece e vivifica. Esta semente do Sol, logo depois de emanada, evolui desde os reinos elementais da natureza (mineral, vegetal e animal) até chegar ao estágio humano, quando recebe o nome de Alma, adquirindo também o livre arbítrio e com ele a possibilidade de trabalhar sobre si ou de seguir a mecânica da natureza. As chispas que sobre si trabalham atingem a Autorrealização, ou “vingam” numa linguagem mais simples, podendo se tornarem, mediante vários e distintos trabalhos e graus evolutivos, Inteligências Planetárias que animam um Planeta (como o Senhor Melkisedek – Regente do Planeta Terra) ou uma Estrela (como o Logos Mickael – regente do Sol).
É por isso que nos sagrados templos egípcios e caldeus, quando se perguntava pelos deuses e pelos mestres, os sacerdotes, em silêncio, simplesmente mostravam as estrelas. Naqueles tempos todos sabiam (e alguns clarividentes até viam) que “cada astro do céu é o corpo físico de um deus” trabalhando e evoluindo.
Os regentes espirituais de nosso sistema solar são conhecidos nas tradições herméticas como os Sete Logos Planetários, onde chamamos de planetas a Lua e Sol apenas por respeito à tradição: o Sol tem seu deus chamado Mickael, o senhor da Lua é Gabriel, o logos de Mercúrio é Rafael, a divindade de Vênus é Anael, o regente de Marte se chama Samael, o rei de Júpiter Zacariel e o arcanjo de Saturno é o Senhor Orifiel. Cada um desses 7 deuses planetários mora num templo coração, localizado no interior mais profundo de cada planeta e estrela.
E a antiga sabedoria sideral-gnóstica, em obediência ao princípio hermético do “como é em cima, é embaixo”, ensina que dentro de nós, de nosso cosmo espiritual individual, existem também essas mesmas inteligências zodiacais. Ou seja, somos mini-antenas humanas que captam, transformam e utilizam, positiva ou negativamente, as vibrações desses grandes emanadores cósmicos e divinos que chamamos de astros.
O Microzodíaco humano se conecta com o Macrozodíaco do cosmos. E ensina também a astrologia gnóstica que é possível trabalhar inteligentemente com essas energias superiores, através de uma sintonização perfeita entre as vibrações zodiacais pessoais com as emanações dessas divindades cósmicas. Esta sagrada ciência, denominada de Astroteurgia (literalmente “trabalho com as divindades dos astros”), era transmitida de lábios a ouvidos pelos sábios da antiguidade. Este trabalho consiste numa série de práticas místicas que envolvem posturas, sons sagrados e orientação de nossas potencialidades internas para a conexão inteligente e eficiente com as positivas vibrações dos Logos Planetários. Deles, por ressonância perfeita, podemos receber energia, sabedoria, inspiração, saúde.
Sérgio Linke é engenheiro e instrutor da Associação Gnóstica de Fortaleza