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Amor e Cooperação: as bases para termos futuro como humanidade

Amor e Cooperação: as bases para termos futuro como humanidade

Segundo o mestre gnóstico contemporâneo Samael Aun Weor em sua obra A Transformação Social da Humanidade, “de nada servem todos os melhores projetos sociais, todos os melhores princípios políticos se não estão escritos com o fogo do amor”. O amor verdadeiro, o amor crístico que se encontra dentro de cada um de nós.
Há muitas formas de abordarmos a ações concretas impulsionadas pelo amor, desde aspectos pessoais de relacionamentos, até amor de pai-mãe-filho, passando por amor à profissão, aos animais, amor devocional ligado à fé, amor-próprio etc.
Mas talvez a mais ampla e elevada forma de amor é para com todos os Seres, com toda natureza, com os humanos e outras formas de existência.
Neste exato ponto entra o conceito de Cooperação Consciente, que é a tônica das grandes civilizações. A Cooperação presume Amor e o Amor se desdobra em Cooperação.
Ao contrário da competição, como vivemos hoje em nossa sociedade baseada no consumismo e no ego, a Cooperação Consciente se baseia nos valores éticos e espirituais, na constatação de que todos nós somos seres que fazem parte de um só planeta, de um só sistema solar, de um só universo.
Quando expandimos nosso entendimento do “meu”, da “minha família”, do “meu país” para conceitos mais abrangentes como “a alma que trago dentro de mim”, para “a nossa grande família planetária”, então começamos a tomar consciência de nosso lugar na existência e de nossos deveres como humanos que devem cooperar para que todos sejam Felizes e vivam em Paz.
Em sua obra Transformação Social da Humanidade (1965), Samael Aun Weor, mestre gnóstico contemporâneo, alerta para a urgência de uma transformação radical de toda a sociedade, baseada em uma ética revolucionária que, por sua vez, está embasada na psicologia revolucionária, aquela que trabalha na eliminação total do ego e o florescimento pleno das virtudes.
A visão distorcida da nossa sociedade atual, onde prevalece a postura egocêntrica, ou seja, “eu” sou o centro do universo, da vida, embota o trabalho profundo da identificação e dissolução dos nossos egos (defeitos psicológicos), limitando a capacidade de um olhar mais amplo e amoroso para com os demais seres, e a repetição dos comportamentos continua estagnando a transformação revolucionária do ser humano.
Samael aponta para o pensamento errôneo comum à maioria dos seres humanos:  de que o importante é primeiro eu, segundo eu, terceiro eu, ou seja, o indivíduo se coloca sempre como o centro de tudo, acima dos demais, destrói, impossibilita qualquer ordem ou ações revolucionárias necessárias à transformação social da humanidade, essa ocorre somente quando o indivíduo (ser humano) se autotransforma.
O que o reestruturador da Gnose Contemporânea alerta é que o ser humano deve extirpar o ego individual para colaborar com a eliminação dos egos coletivos visando uma sociedade mais igualitária em todos os aspectos políticos, econômico etc.
Para os cristãos crentes o Cristo é apenas o histórico Jesus; para os estudiosos de religiões e mitologias o Cristo se manifesta em vários personagens como o Fo-Ji chinês e o Osíris egípcio; para os ontologistas gnósticos o Cristo tem sua contraparte em nosso íntimo, o Salvador Salvandus Individual; para os que compreendem como o universo se estrutura pela Cooperação Consciente e Amorosa. A força que nutre e dá liga a tudo isso é o Cristo Social.
O Cristo social é o estágio de transmutação das vontades, apegos egoicos, para o ser humano compreender que faz parte de um mundo maior, a grande família planetária, pensando de forma consciente em prol do bem comum e do equilíbrio social.
O estado do servir a todos sobrepondo aos desejos individuais visando um bem maior corrobora com a máxima da era de aquário em que a cooperação e colaboração são a chave fundamental para a real transformação humana onde o amor fraterno, incondicional e a base de toda ação do ser humano, a mais sagrada lei universal.
Então, se o mais belo fruto do Amor é o Servir manifesto na Cooperação, vejamos algumas formas de servir a todos os seres (não só humanos) e como elas são incrivelmente simples na execução e maravilhosamente poderosas nos resultados.
A filantropia representa um profundo amor pela humanidade, um desejo em solucionar os problemas e isso demanda mais dedicação, tempo e recursos por parte de quem a ela se dedica.
Um exemplo que podemos citar é a United Way (EUA), a maior organização de filantropia do mundo que opera há mais de 130 anos transformando a realidade de aproximadamente 41 países ao redor do mundo, com a visão de “juntos é possível fazer mais”.  Sua atuação já beneficiou 61 milhões de vidas no Brasil (fonte uwb.org.br agosto/24).
A caridade, algumas vezes confundida com a filantropia, é o ato de servir voltado para aliviar o sofrimento, as necessidades básicas imediatas do outro ser, como por exemplo as doações de roupas, alimentos, produtos que irão suprir condições mínimas que um ser humano precisa para (sobre) viver.
A caridade pode ser entendida não apenas como doações materiais, mas também como dedicar um tempo em nosso cotidiano para a escuta, atenção, cuidado para outros seres. É uma virtude a ser cultivada em nosso mais profundo Ser.
A misericórdia é um sentimento de compaixão pela dor que o outro ser está passando, é ter piedade e ainda a capacidade de perdoar alguém verdadeiramente.
Somente conseguiremos despertar essas virtudes, quando realizarmos o sacrifício em nós mesmos eliminando os inúmeros egos, transcendendo nossos desejos e apegos.
Na senda do caminho gnóstico revolucionário podemos desenvolver outra virtude, a compaixão, ao exercitarmos a misericórdia.
Samael Aun Weor casa perfeitamente o sentido de justiça com misericórdia, algo tão difícil de ser amalgamado: “A justiça sem misericórdia é tirana, a misericórdia sem justiça é tolerância, complacência com o delito”.
A compaixão é uma virtude um pouco escassa na atual sociedade egocêntrica, pouco tolerante para com as dificuldades e problemas do outro.
É preciso desenvolver a empatia, a capacidade de colocar-se no lugar da outra pessoa, entendendo, sentindo na alma e coração o que o outro está passando ou passou.
Cabe aqui um questionamento: será que realmente estamos preocupados com o outro? Ou apenas fazemos doação de bens básicos visando um possível “alívio de consciência” e comodismo, além de socialmente mostrar que somos uma pessoa aparentemente preocupada com os demais?
Ao recordar-nos do grande mestre Jesus, o cristificado, é possível compreender o que ele estava ensinando a todos com suas ações, humanidade, acolhimento e sacrifício por todos: a mais pura compaixão.
A essas alturas nosso leitor deverá se questionar “puxa, como desenvolvo tantas virtudes cooperativas e amorosas, por onde começo ?”
A prática do Servir é um exercício constante, crescente, contagioso, envolvente.
Em nossas próprias atitudes rotineiras podemos de fato exercer o Sacro Ofício, o Trabalho Sagrado, o Servir Divino, a Cooperação Consciente.
Por esse ato do Servir a outros seres, o mestre Samael compara como a melhor maneira de expressar o nosso amor pelos demais, e forma de minimizar nossas dívidas de várias existências enquanto espíritos na jornada de transformação revolucionária.
Para melhor visualizarmos este caminho florido do Servir, imaginemos uma escada com muito degraus, cada qual representando uma Virtude da Alma a ser despertada, nutrida, qualificada e exercida.
Por este motivo que o Mestre Jesus ensinou aos seus discípulos que “quem quiser ser o mais excelso, que o seja no Servir”.

1° Degrau da Escada do Servir: seja sempre gentil !
Desenvolver ser gentil com todos os demais nos vários momentos da nossa rotina, ações diárias, eliminando o ego do julgamento, a má vontade em prestar ajuda a alguém. Adotando sempre a amabilidade, o acolher receptivo.

2° Degrau da Escada do Servir: seja pacífico em todas as situações !
Adotar de coração uma atitude e postura de paz é um diferencial em uma sociedade tão imediatista, impaciente, competitiva, ansiosa. Seja uma fonte de paz !  Ser pacífico é um estado psicológico, interior, profundo, consciente, ao não permitir egos agressivos se manifestarem.

 3° Degrau da Escada do Servir: faça doações materiais, sempre !
Adote o hábito de doar coisas materiais que possam suprir as necessidades mais básicas do ser humano.
Doar o excedente que muitas vezes temos em nossa casa e só está ali acumulado.
Quando for comprar algo que goste muito, compre dois: um para doar e outro para você.

4° Degrau da Escada do Servir: trabalhe em voluntariado !
É um imenso aprendizado dedicar um tempo em prol de ajudar de boa vontade sem esperar nada em troca.
Uma ótima oportunidade para constatar as necessidades e cuidados, afetos, acolhimento humano.
O ego do orgulho e soberba podem ser eliminados nas ações voluntárias ao percebermos que tão pouco somos.

5° Degrau da Escada do Servir: faça vicejar a flor do Perdão em seu coração !
Perdoar é um ato sublime em não guardar, no coração, nenhum rancor, mágoa, raiva em relação a alguém que fez algo contra outra pessoa, ou a nós mesmos.
Sabemos que não é fácil, porém é muito mais tóxico, prejudicial à nossa saúde física e mental, guardar sentimento de raiva, vingança, ou qualquer sentimento semelhante.
O trabalho gnóstico de autoconhecimento, eliminação dos egos nos ensina que o perdão é também uma forma de servir, uma força divina, como o mestre Jesus manifestou em seus momentos do sacrifício maior, pedindo ao Pai Maior que perdoasse aqueles que o estavam fazendo cruelmente sofrer na cruz.
O ser humano que trabalha sobre si mesmo na busca em se desvencilhar dos próprios defeitos psicológicos, aos poucos vai desenvolvendo um olhar mais amoroso e compreensível em relação aos demais seres que ainda não têm a consciência desperta, e que sofreu também sob a influência dos egos.
Perdoar é um exercício contínuo ao longo dos desafios diários enfrentados por todos nós, razão pela qual demanda um constante estado de presença, autorreflexão, compreensão das limitações de cada ser, exercitando a tolerância, compaixão e o amor acima de tudo, em relação aos demais seres humanos, como também à nós mesmos. É preciso aprender o auto perdão para seguir adiante no caminho revolucionário.

6° Degrau da Escada do Servir: veja o Divino dentro de todos os seres !
A Gnose nos ensina que no íntimo de cada um de nós, seres humanos, existe uma essência divina, imortal, uma mônada habitando o coração humano, e que independe do ego.
Quando trabalhamos na eliminação dos nossos defeitos psicológicos, é possível perceber que o outro ser humano também possui essa chispa divina, podemos mudar a visão, sentimento, amor maior, compaixão pelos demais. Vale ressaltar aqui mais um precioso ensinamento do mestre Jesus ao dizer “amai-vos uns aos outros”, extensivo aos inimigos principalmente.
O budismo ensina que todos os seres são capazes de manifestar o estado de iluminação (estado de Buda) através de um trabalho interior transformador, despertando sua essência divina pelo processo de revolução humana.

7° Degrau da Escada do Servir: não julgue ou seja preconceituoso, nunca !
O ato de não fazer nenhum julgamento em relação a outro ser, outra pessoa, é uma virtude, especialmente se examinarmos o hábito em nossa sociedade atual competitiva, estabelecendo padrões a serem seguidos como condição de aceitação social e quem não se enquadra no padrão definido fica excluído, rejeitado e criticado.
O ser humano quando não tem consciência de sua unicidade, não se autoconhece, deixa-se levar por julgamentos por parte de outro, e também passa a julgar os demais. É preciso eliminar esse defeito psicológico, desenvolver o olhar de que todos os seres possuem uma essência interna, chispa divina da qual emanam virtudes e luz. Aceitar a todos em suas particularidades é um verdadeiro servir à humanidade.

8° Degrau da Escada do Servir: tome consciência se feriu alguém, arrependa-se e repare a pessoa prejudicada !
O arrependimento exige um processo profundo de reflexão mental, autoanálise e compreensão das razões ou motivos, que nos levaram à uma determinada ação, comportamento que resulte em danos, sofrimentos a si próprio e a outros seres humanos.
O ato reflexivo permite a conscientização dos atos indevidos, indesejáveis, e assim é possível mudar o comportamento, as novas atitudes.
É ato de grandeza retratar-se perante ao ser que foi prejudicado por nós, pedindo perdão com sinceridade e consciência.
Importante também retratar-se perante ao ser que foi machucado, ferido em todas as formas, pedir de fato perdão com a sinceridade do coração e consciência, caso contrário torna-se apenas um ato reflexo de mecanicidade da vida. O ato de arrepender-se sinceramente já promove a reparação do dano.

9° Degrau da Escada do Servir: morra em seus defeitos, nasça em suas virtudes, seja puro em suas intenções e vibrações, respeite a energia criadora sexual !
O trabalho do ser humano sobre si mesmo buscando eliminar os vários defeitos psicológicos, os egos, e a transmutação das energias criadoras (sexuais), são parte dos fatores gnósticos da revolução da consciência, juntamente com o sacro ofício, o serviço a todos os seres.
Esses fatores que passam pelo alforje transformatório do Ser permitem ao ser humano realizar a obra divina da revolução espiritual, à qual todos devemos atingir.

10° Degrau da Escada do Servir: mostre às pessoas como é maravilhoso o trilhar do caminho da espiritualidade !
Em geral, a humanidade desviou-se do caminho da espiritualidade, da luz maior. Não falamos aqui sobre linhas ou correntes religiosas, mas na jornada voltada para o divino interno como fator de crescimento revolucionário, ou seja, não ficar com recorrência de vidas na roda de Samsara, vivendo na mecanicidade, repetindo as mesmas ações, comportamentos. Ser inspiração para o outro, incentivar pessoas à buscarem o caminho luminoso, ao trabalho sobre si próprio para eliminar egos, e cultivar sua alma é realmente o grande servir a todos os seres, o sacro oficio.

11º Degrau da Escada do Servir: trabalhe pela obra de um mestre de mistérios, como Samael Aun Weor !
Samael Aun Weor dedicou toda a sua vida a ensinar os libertadores tesouros gnósticos à humanidade, com mais de 100 livros e milhares de conferências.
O referido mestre transmite os conhecimentos, ensina as ferramentas adequadas para trilharmos o caminho iluminado transformador da consciência humana ainda adormecida, da mesma forma para encontrar nossos equilíbrios internos diante dos desafios da vida horizontal da materialidade, preparando-nos ao servir à obra divina, ao Cristo Social, um ser humano cônscio em ser um microcosmos parte do macrocosmo infinito.
A ideia distorcida de que Cristo é um ser, um indivíduo, vem ao longo dos tempos dificultando, nos distanciando do nosso Cristo interno, isto é, da nossa luz interior, a conexão com a chispa divina que somos, poder interno capaz de transmutar energias que regem os cosmos.
A Gnose vem nos ensinar que o verdadeiro Cristo é o logos solar, o demiurgo creador, uma energia, força poder, esse logos move toda a criação.
O Cristo Social resulta da manifestação do nosso cristo individual e interno, do nosso coração, alma, essência bem forjado na eliminação dos egos como foi abordado no presente texto enfaticamente.
O Cristo interno surge no decorrer da nossa disciplina, vontade determinada, práticas orientadas em nossos estudos, gnósticos.

Para concluir, estimado leitor, esperamos que este artigo desperte em você a vontade de Servir Conscientemente, desde as coisas mais simples como sendo gentil e fazendo voluntariado, até trabalhar sobre si mesmo para ser um instrumento na Grande Obra de Deus.
As escolas gnósticas do mundo todo conhecem ferramentas e técnicas especiais para que o Caminhante do Servir tenha o mapa, os víveres e os companheiros de jornada que o levem ao Cristo Social.
Em sua obra denominada A Caridade Universal (1973) Samael Aun Weor nos ensina duas pérolas do Sacro-Ofício:

”Gnosis é sabedoria. Gnosis é amor. Gnosis é sacrifício de si mesmo.”

“É urgente eliminar o egocentrismo e cultivar o cristocentrismo. É a hora do Cristo Social. É tempo de estabelecer firmemente os valores positivos do espírito”.

 

 

Marília Ferreira, 2024, instrutora da Associação Gnóstica de Fortaleza

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Gnose vem do sânscrito Gnana e do grego gnôzis, que se latinizou como cognoscere, ou seja, conhecer, como nas palavras diagnóstico, prognóstico etc. Gnose, literalmente, quer dizer “conhecimento” ou “conhecimento superior”. Leia mais

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