Atlantes, Maias e o Geocídio Atual
As lições históricas da falta de consciência planetária da humanidade
Antigas tradições e renomados autores, dentre eles o filósofo Platão, narraram sobre a Atlântida, que teria existido há mais de 10.000 anos onde hoje se localiza o oceano Atlântico Norte.
A civilização atlante alcançou um grande desenvolvimento espiritual, material e tecnológico, mas, em sua fase final e decadente, tornou-se um povo bélico, consumista e extremamente egoísta, fatores que teriam levado à sua completa destruição. Também a decadência espiritual, gerada por um fanatismo religioso dogmático, levou à bancarrota a fantástica civilização atlante.
De história um pouco mais recente mas muito análoga, também tivemos a esplendorosa civilização maia, que nos brindou com maravilhas da matemática, da astronomia e da arquitetura e que ocupou a América Central, em grandes cidades como Tikal, Palenque e Chichen-Itzá. Da mesma forma que os atlantes, os maias também tiveram seu período áureo, onde a espiritualidade e o desenvolvimento material caminhavam de mãos dadas com o respeito à natureza. Somente em suas fases finais e degeneradas os maias se envolveram com sacrifícios humanos e também com o completo desrespeito ao meio ambiente. Novas descobertas apontam para o abandono e desertificação das grandes cidades maias devido à falta de água e ao completo desmatamento de suas regiões metropolitanas, causado pela ânsia por lenha para fabricar o cimento utilizado em suas soberbas pirâmides e cidades. E o fanatismo religioso novamente se fez presente entre os maias, com sacrifícios humanos para “aplacar a ira dos deuses” – assunto que Hollywood adora explorar.
Samael Aun Weor, eminente antropólogo, descreve-nos em detalhes essas duas civilizações em vários de seus livros.
Pois bem, que paralelos podemos traçar entre esses dois povos e nossa atualidade ?
Hoje vivemos uma civilização completamente egoísta, onde a grande maioria dos seres humanos é treinada para se tornar uma máquina produtiva, consumista e individualista, mesmo que isso leve ao desequilíbrio social, ao esgotamento dos recursos naturais e à completa falta de harmonia entre o material e o espiritual.
O chamado foot-print ou pegada ecológica – a quantidade de recursos naturais que consumimos, equivale na média mundial a mais de duas vezes a capacidade planetária de reposição, ou seja, estamos cometendo um verdadeiro Geocídio, tornando inviável nosso próprio futuro.
As grandes cidades são insustentáveis do ponto-de-vista Sócio-Ambiental. Nosso consumismo é inviável frente aos finitos recursos naturais. A maioria de nossas formas religiosas leva o ser humano a afastar-se de Deus e dos valores elevados nEle sintetizados. Em cada esquina existem soluções fáceis e rápidas que simplesmente passam a responsabilidade para um Jesus, um Buda, um Maomé, um Krishna ou qualquer outro grande mensageiro divino. Não é preciso trabalho interno ou auto-transformação – basta que se pague uma boa colaboração financeira que “os milagres acontecem”.
Por isso, como atlantes de 10.000 atrás ou como maias do ano 1.000 d.C., estamos próximos a um grande choque civilizatório.
Não é preciso ser profeta e nem buscar em alinhamentos galáticos a iminente necessidade de um novo padrão social, espiritual e de consumo para nossa civilização. Tanto a história quanto as evidências atuais nos demonstram isso com a mais absoluta claridade.
Se não mudarmos nossa civilização por vontade própria, a natureza e a divindade terão de fazê-lo !
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Sérgio Geraldo Linke Engenheiro e presidente da Associação Gnóstica de Brasília